Escolas, universidades,
comunidades e organizações ambientalistas
já podem conhecer de forma criativa a flora e as
vegetações do Cerrado e do Pantanal. Lançada
em março de 2007, a coleção Valorizando
a Biodiversidade no Ensino de Botânica é
a primeira com abordagens didáticas da flora regional
voltadas à educação ambiental e ao
ensino de ciências e de biologia. A obra refere-se
a dois dos mais importantes biomas brasileiros: o Pantanal
e o Cerrado. O Pantanal é a maior área úmida
continental de água doce do planeta e se caracteriza
por uma rica diversidade de espécies. Ele é
um elo entre os biomas Cerrado, Mata Atlântica, Chaco
Paraguaio, Bosque Seco Chiquitano e Amazônia. O Cerrado,
um dos biomas mais degradados e menos conservados do Brasil,
guarda um alto grau de biodiversidade e riquezas, inclusive
plantas medicinais, do qual uma pequena percentagem foi
estudada.
A obra é composta
de cinco materiais: um livro sobre a vegetação
do Pantanal; oito cartões postais com imagens de
frutos silvestres comestíveis; um livro de poemas
sobre diversas plantas e interações ecológicas;
um pôster sobre as formações vegetais
pantaneiras e um caderno de apoio do(a) professor(a).
O pôster,
que apresenta formações vegetais típicas
do Pantanal, como o paratudal, o espinheiral e o carandazal,
foi idealizado há oito anos pela botânica Ubirazilda
Maria Resende. Já o livro Vegetação
do Pantanal, de autoria do professor Cláudio
de Almeida Conceição e voltado ao público
jovem, destaca-se pela linguagem simples e ricas ilustrações.
Cláudio Conceição fundou o primeiro
herbário do Estado, no campus da UFMS em Corumbá,
município conhecido como a “Capital do Pantanal”.
Na obra, o professor Cláudio aborda as principais
espécies da vegetação pantaneira e
como elas se distribuem no ambiente.
Já os cartões
postais prometem dar frutos no ensino: trazem o jatobá,
o acuri, a bocaiúva, o buriti, o maracujá-do-mato,
a guavira, o pequi e o caraguatá com informações
nutricionais de pesquisadoras do Laboratório de Tecnologia
de Alimentos da UFMS.
Fiel ao conhecimento
científico, mas livre como a inspiração
humana, o livro Síntese de Poesias é
a metade da laranja de uma publicação
anterior de Paulo Robson de Souza, o Poesia Animal, escrito
com Sidnei Olívio. Na obra recente, ao invés
da temática da fauna, o biólogo se inspirou
nas plantas do Cerrado e do Pantanal. "Embora seja
destinada a professores de Ciências e Biologia, esta
publicação também é um excelente
material para aulas de literatura e língua portuguesa",
comenta Souza. Professores que trabalham com a técnica
da versificação ou querem contextualizar uma
obra, encontrão vários estilos e formas poéticas:
cordéis, haicais (pequenos poemas de origem japonesa),
versos livres, trovas e até letras de músicas
no estilo brega, modinhas e uma moda de viola.
Assinam artigos e atividades
pedagógicas do livro Contextualizando a Botânica
os botânicos Arnildo Pott, Ângela Lúcia
Bagnatori Sartori, Geraldo Alves Damasceno Júnior,
Ubirazilda Maria Resende e Vali Joana Pott, a jornalista
Maria José Surita Pires de Almeida e a engenheira
agrícola Elizabeth Arndt, além do organizador
Paulo Robson. Nele, professores e alunos aprendem sobre
a importância dos herbários e como realizar
a coleta de uma planta no ambiente natural para permitir
sua catalogação e identificação
científica. Contribuições para melhorar
a qualidade nutricional da merenda escolar e a dieta de
comunidades de baixa renda ou mesmo para sobrevivência
na mata são outros assuntos de grande interesse,
assim como uma lista das principais espécies de plantas
comestíveis e medicinais do Pantanal. As diferentes
formas de se trabalhar didaticamente os cartões postais
e o pôster, várias informações
científicas sobre as plantas abordadas nos poemas
e como as plantas se espalham pelo mundo também são
abordados nesse livro.
A organização
da coleção é do professor de prática
de ensino de biologia da Universidade Federal de Mato Grosso
do Sul (UFMS), Paulo Robson de Souza, autor de diversas
publicações literárias e ambientais,
materiais didáticos, brinquedos ecológicos
e premiado fotógrafo de natureza. "Desde que
assumi as disciplinas de Práticas de Ensino de Biologia
e Ciências, em 1992, percebi que era praticamente
nula a existência de materiais didáticos regionais
para escolas do Mato Grosso do Sul, apesar da sua peculiar
biodiversidade. Era preciso fazer a minha parte", conta
o biólogo. A obra, publicada pela Editora UFMS, recebeu
apoio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento
do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato
Grosso do Sul (Fundect).
Assinam o projeto editorial
a jornalista Marília Leite, com design de Lennon
Godoi. Já os ícones usados para identificar
os volumes da coleção "são fragmentos
de desenhos de autoria da professora de Fisiologia Vegetal
da UFMS, doutora Tereza Cristina Stocco Pagotto. Utilizando
lápis e canetas hidrocor, Tereza faz um mergulho
profundo no subconsciente, buscando formas aparentemente
desconhecidas, mas certamente encontradas no estudo das
plantas – especialmente por aqueles que têm
uma sensibilidade maior".
Por ter recebido recursos
públicos, da Fundect, 1.250 exemplares foram doados
para instituições públicas. Todas as
395 escolas estaduais de Mato Grosso do Sul, por exemplo,
ganharam o material didático antes mesmo do lançamento
da coleção. Para o público, de qualquer
faixa etária, a Coleção Valorizando
a Biodiversidade no Ensino de Botânica está
à venda com preço reduzido em livrarias ou
através do contato com o organizador. Para chegar
às escolas das redes privada e municipal o projeto
busca parceiros e apoiadores como prefeituras, empresas
ou organizações.
Sobre o organizador:
Paulo Robson de Souza é baiano de Vitória
da Conquista, licenciado em Ciências Biológicas
pela Universidade Federal do Espírito Santo. É
mestre em Microbiologia do Solo pela Esalq/USP e professor
da UFMS, em Campo Grande, onde atua na formação
de professores desde 1987. Atuando desde 1992 como fotógrafo
de natureza, é ganhador de prêmio nacional
de fotografia científica pela Revista Ciência
Hoje, da SBPC, e menção honrosa do concurso
Árvores Brasileiras, do BBA. Durante as comemorações
de 100 anos de Campo Grande – MS (1999), oito peixes
do Pantanal fotografados por Souza estamparam três
milhões de selos, com detalhe em holografia, lançados
na China.
Mais informações:
Paulo Robson de Souza (organizador): (67) 3345 7329 / (67)
9251 0860
www.dbi.ufms.br/~paulorobson
paulorobson.souza@gmail.com
Preço sugerido: 25 reais
Observação: Texto extraído
do material de divulgação da Coleção
publicada pela UFMS.